A Entidade Reguladora de Títulos Mobiliários (ERTM) vai avaliar hoje à tarde o caso da pirâmide financeira Bluebenx. Além da entidade legal, estão sendo acusados de prática fraudulenta e operação sem registro os fundadores e líderes do projeto: Roberto de Jesus Cardassi, William Tadeu Batista Silva, Renato Sanchez Gonzalez Junior e Andre Massao Onomura.
De acordo com informações obtidas no Portal da Moeda Virtual, Cardassi estava detido até a semana passada (15), quando recebeu um alvará de liberdade e foi solto. O principal líder da Bluebenx havia sido extraditado de Portugal para o Brasil em 20 de fevereiro — ele havia sido preso no país europeu em julho do ano passado.
Neste momento, no âmbito do Processo Administrativo Punitivo (PAP) 19957.004388/2023-41 da ERTM, as acusações são de que a Bluebenx e seus líderes realizaram operação fraudulenta no mercado de títulos mobiliários e de oferta pública de títulos mobiliários sem a obtenção de registro ou de sua dispensa.
No decorrer da investigação, a Superintendência de Registro de Títulos Mobiliários indica que a Bluebenx apresentou uma relação que aponta que a plataforma contava com 2.538 investidores pessoas físicas que investiram conjuntamente cerca de R$ 444 milhões.
Uma conta no banco Itaú parece ter sido o destino da maior parte desses investimentos: a investigação revela que por lá passaram R$ 135 milhões e que Roberto Cardassi retirou R$ 2,7 milhões. Além dele, seus sócios Andre Massao Onomura e William Tadeu Batista Silva sacaram, respectivamente, R$ 1,4 milhão e R$ 1,2 milhão.
Um elemento crucial para a investigação foi verificar que os depósitos feitos pelos clientes foram parar nesta conta do Itaú, a mesma em que Roberto Cardassi e sócios realizaram saques.
“Por meio de verificação dos CPF de alguns investidores da lista de clientes que aplicaram em Tokens Defi, foi possível identificar que boa parte dos recursos captados dos investidores tiveram como destino as contas correntes da Bluebenx junto ao banco Itaú e ao banco Daycoval”, afirma o relatório da ERTM.
A conclusão da investigação é que a Bluebenx promoveu uma oferta irregular de contrato de investimento coletivo e que foram encontrados indícios de que houve uma operação fraudulenta no mercado de títulos mobiliários com os recursos dos investidores sendo desviados para contas bancárias dos responsáveis ou de terceiros.
A quebra da BlueBenx
A Bluebenx foi estabelecida em 2017 e atraiu uma grande quantidade de investidores. O volume de captação era tão grande que a operação foi identificada pela Entidade Reguladora de Títulos Mobiliários (ERTM) como uma oferta irregular de investimentos — algo frequente em casos de esquemas piramidais financeiros.
Para justificar a interrupção dos pagamentos, a empresa alega ter sido alvo de um ataque cibernético “extremamente agressivo”, mas posteriormente mudou a narrativa afirmando ter sido vítima de uma fraude de listagem falsa.
O advogado da empresa na época, Assuramaya Kuthumi, declarou que a empresa havia perdido R$ 160 milhões no incidente. Contudo, investigações on-chain revelaram uma perda de apenas R$ 1,1 milhão em tokens que a BlueBenx supostamente perdeu ao cair em um esquema de listagem falsa, transferidos posteriormente para a corretora Binance, de acordo com pesquisa do Portal da Moeda Virtual naquele período.
Cardassi foi convocado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras como testemunha, mas não compareceu por estar em fuga na ocasião. Em seu relato final, a CPI sugeriu que o Ministério Público investigasse Roberto Cardassi para apurar suas ações na Bluebenx e, se necessário, propusesse uma ação penal.
Fonte: Portal do Bitcoin
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