Estudo realizado pelo Instituto IDH examinou informações de custo de vida e de acesso aos direitos humanos essenciais direcionados para a realidade do sertão e áreas próximas nos estados da Paraíba, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, descobrindo o montante essencial para a sustentação de uma família composta por quatro indivíduos – dois adultos e duas crianças, em dez diferentes localidades destes estados. Os montantes descobertos variam de R$ 1.986,00 a R$ 4.996,00, excedendo, desse modo, o salário mínimo e o valor de referência estabelecido para a linha de pobreza (R$ 872,00).
Conduzido em colaboração com o Anker Research Institute e com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), a pesquisa dividiu as áreas dos três estados em dez zonas, conforme os rendimentos mínimos requeridos para uma vida digna, com três na Paraíba, quatro no Rio Grande do Norte e três em Pernambuco.
Nestas localidades, foi determinado o montante suficiente para custear alimentação saudável, instrução, residência, cuidados médicos e lazer, além de 5% adicional para situações de emergência e imprevistos, como os impactos de condições climáticas extremas, como por exemplo as secas que impactam a região.
A pesquisa evidenciou que o aumento dos rendimentos e da qualidade de vida da população rural pode acarretar efeitos benéficos nos âmbitos ambiental, econômico e social. Também diferenciou os valores necessários para trabalhadores em atividades agrícolas (remuneração digna) e para proprietários de pequenas propriedades (ganho digno). De modo geral, as famílias da região recebem menos do que esses valores considerados essenciais pelos especialistas. Essa discrepância torna a situação das famílias mais frágil diante das ameaças climáticas, como a expansão da desertificação, que afeta 13% da extensão do sertão nordestino.
“Sem estruturas de produção consolidadas e resistentes, não há remuneração digna no campo. A deterioração do ecossistema é uma ameaça para as famílias que dependem da agricultura, diminuindo as oportunidades de subsistência. Além disso, a renda dos que trabalham no campo, quando insuficiente para uma vida sem carências, impossibilita a organização e manutenção de estruturas de produção com práticas regenerativas”, expressou Grazielle Cardoso, gerente do Programa Raízes da Caatinga, da Fundação IDH, iniciativa da instituição que busca melhorar as condições de vida das populações rurais nessas regiões.
Fonte: Agência Brasil
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