Investigação de Fraude com Criptomoedas Envolvendo Estrelas do Futebol Argentino

Redação Valor Central
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Um juízo de Barcelona iniciou uma averiguação penal contra a organização de moedas digitais Shirtum, em virtude de jogadores de futebol renomados supostamente fomentarem um esquema questionável de NFTs.

Seis atletas de elite — incluindo vencedores de competições mundiais e ex-jogadores do Barcelona e do Sevilla — encaram acusações de fraude após uma companhia de criptomoedas que eles endossaram sumir com milhões de dólares de investidores, deixando uma multidão de indivíduos com tokens virtuais sem valor.

O Quinto Juizado de Barcelona deu início a uma investigação criminal acerca do ardil relacionado a moedas digitais e NFTs, alegadamente liderado por uma turma de empresários hispânicos e argentinos, com suporte promocional dos atletas, conforme matéria do tabloide El Periódico.

O processo foi instaurado por 12 lesados no princípio deste ano e acusa a Shirtum Europa SLU e seus divulgadores de perpetrar uma fraude de no mínimo US$ 3,4 milhões (R$ 18,9 milhões) por meio da comercialização de NFTs inúteis vinculados aos direitos de imagem dos jogadores, obtidos com a própria moeda da organização, o $SHI.

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Dentre os mencionados na denúncia figuram os campeões mundiais da seleção argentina de futebol, “Papu” Gómez e Lucas Ocampos, os ex-jogadores do Barça Ivan Rakitić e Javier Saviola, além de Nico Pareja e Alberto Moreno.

Os supostos idealizadores do ardil — o empresário argentino David Rozencwaig e os catalães Manel Ángel Torras, seu rebento Marc Alberto Torras e Manuel Morillas — são acusados de edificar uma “infraestrutura corporativa intricada” na Espanha e em Andorra, visando sonegar tributos e evitar responsabilidade pessoal.

Dolos com NFTs

A denúncia engloba 13 laudos periciais e uma análise financeira realizada pelo célebre docente de economia Prosper Lamothe, que caracteriza a configuração da organização como propositadamente obscura e voltada para a elisão fiscal.

Os NFTs foram comercializados como artefatos digitais exclusivos, alguns com valores acima de US$ 513 (€ 450), porém jamais se tornaram transacionáveis nem foram respaldados por uma plataforma operante.

Segundo a denúncia referida por veículos locais, a Shirtum teria empregado o prestígio dos atletas para obter credibilidade, apresentando-os como “fundadores” e embaixadores públicos da marca.

Em março de 2022, a Shirtum argumentou ter sido alvo de dois grandes furtos de moedas digitais e de um ataque cibernético, entretanto nunca formalizou uma queixa junto às autoridades.

Por outro lado, investigadores alegam que os fundos foram desviados para uso pessoal, e a plataforma Shirtum foi abandonada secretamente.

Os atletas atuaram como figuras promocionais do projeto, com “Papu” Gómez — colega íntimo do suposto mentor David Rozencwaig — sendo apontado como encarregado por angariar outros esportistas após se apresentar como “fundador” da organização. Posteriormente, ele e os demais atletas teriam apagado sistematicamente qualquer referência à Shirtum das redes sociais.

Nomes proeminentes, prejuízos significativos

“Este caso da Shirtum Europa evidencia como as questões podem se tornar intrincadas com moedas digitais e NFTs”, expressou Mohith Agadi, fundador do mecanismo descentralizado de verificação de fatos Fact Protocol, ao portal Decrypt. “Os indivíduos enxergam figuras notórias, como astros do futebol, e acreditam que é um investimento seguro — porém essa confiança pode ser manipulada”.

O escândalo da Shirtum elucidou a interação volúvel entre o futebol espanhol e as parcerias com organizações de moedas digitais.

Desde que a Espanha baniu a propaganda de apostas em 2021, os clubes da La Liga ficaram vetados de pactuar com casas de apostas, ocasionando uma lacuna de patrocínio que foi rapidamente preenchida por companhias do ramo de moedas digitais.

No entanto, essa associação com o cosmos digital tem se evidenciado problemática.

Vários clubes da La Liga enfrentaram “maus pagadores, processos e uma experiência desfavorável” após parcerias frustradas com patrocinadores de moedas digitais. Diversos agora estão processando essas organizações por falta de quitação de patrocínios.

Consoante observou Agadi, “a blockchain é excelente para rastrear transações, porém os fraudadores também a utilizam para simular legitimidade”.

* Versão traduzida e editada com autorização do Decrypt.

Fonte: Portal do Bitcoin

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