Os aportes em infraestrutura no país devem atingir a cifra de R$ 277,9 bilhões no corrente ano, de acordo com previsão divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Se confirmado, o montante representará um aumento de 4,2% em comparação ao ano anterior, segundo a CNI.
A fatia dos investimentos em infraestrutura em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), entretanto, tende a recuar dos 2,27% registrados em 2024 para os 2,21% estimados para este exercício.
Ramon Cunha, analista da CNI, salienta que historicamente o Brasil investe de forma limitada em infraestrutura. “Em algumas áreas, o país investe menos do que o suficiente para cobrir a própria depreciação desses bens. Isso se traduz, de modo prático, em estradas com manutenção insuficiente, instabilidade no fornecimento de energia e serviços de telecomunicações, além de deficiências no abastecimento de água e no tratamento de esgoto”.
De acordo com a CNI, são os setores onde se aguardam os maiores incrementos nas aplicações, neste ano, o saneamento básico e os transportes.
A confederação também prevê que 72,2% dos investimentos serão provenientes do setor privado, mantendo a mesma tendência observada desde 2019, quando o capital privado representou mais de 70% desses investimentos.
Para a CNI, apesar dos progressos verificados nos últimos anos, a infraestrutura nacional ainda necessita superar carências, a fim de proporcionar ao país condições competitivas internacionalmente. Dentre os principais obstáculos apontados pela confederação estão barreiras regulatórias, morosidade no processo de licenciamento ambiental e investimentos inadequados.
Orientações
O levantamento da CNI elencou oito pilares considerados essenciais para a modernização da infraestrutura brasileira, incluindo tornar a injeção de capital em infraestrutura uma política de Estado e assegurar sua melhor gestão; e ampliar de maneira responsável e com lógica econômica os investimentos públicos, direcionando-os para projetos de maior benefício para a sociedade.
Também são sugestões da CNI que o governo seja exigente nos critérios de seleção de investimentos públicos e parcerias público-privadas, que exista maior segurança jurídica para os investimentos privados, que se aprimore a regulação do segmento de infraestrutura, e que se incremente a participação dos mercados financeiros no financiamento de projetos de infraestrutura.
Outros pontos relevantes são o fortalecimento do papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como articulador de projetos sustentáveis de infraestrutura e o apoio à expansão gradual dos investimentos em infraestrutura até atingir no mínimo 4% do PIB.
Fonte: Agência Brasil
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