O Brasil hoje se encontra na terceira colocação mundial em quantidade de utilizadores do recém-lançado cartão da Avalanche, tornando-se um dos mercados mais importantes para a ampliação da rede na América Latina.
“O Brasil encontra-se em uma posição bastante favorável em termos de aceitação. O número de utilizadores de nosso cartão foi extremamente positivo e ultrapassou a Argentina, o que foi uma revelação”, declarou Leandro Davo, jurista argentino que atua como líder do ecossistema da Avalanche na América Latina, em entrevista ao Portal do Bitcoin.
Anunciado em fevereiro com apoio da empresa Rain, o cartão da Avalanche — que agora passou a aceitar solicitações diretamente pelo app — possibilita transações com criptomoedas armazenadas de forma independente como USDT, USDC e AVAX, sem a obrigatoriedade de possuir uma conta em banco ou exchange.
A excelente receptividade do produto no Brasil foi um dos elementos que levaram a Ava Labs a buscar um líder para encabeçar as operações da Avalanche diretamente no país, conforme revelado por Davo. O objetivo não é apenas vencer a barreira do idioma — que faz o Brasil necessitar de uma atenção especial na expansão na América Latina —, mas também estabelecer conexões com corporações, desenvolvedores, instituições acadêmicas e até mesmo com o setor público.
“Percebo diversas organizações aqui no Brasil interessadas em blockchain — algo que não se verifica em outras nações da Latam. Quando há diálogo, por exemplo, com bancos daqui, eles estão muito mais avançados e preparados para essa migração para soluções em blockchain do que vejo em outros mercados.”
A relativa estabilidade econômica do país, somada a um ambiente regulatório amigável e a uma comunidade receptiva a experimentar novas tecnologias, levam a Avalanche a considerar o Brasil como um local “essencial estrategicamente” para o futuro da rede.
“O setor público, pela maneira como idealiza o Drex e como almeja a interação com redes públicas, está tornando o sistema financeiro mais amplo propenso a adotar a tecnologia blockchain”, disse o executivo, acrescentando que a Avalanche busca colaborar com o Banco Central nos estudos em andamento sobre soluções de privacidade, identidade digital e escalabilidade.
Mercado competitivo
Elevar a importância de uma blockchain não é uma tarefa simples, sobretudo em um mercado que possui participantes de peso, como Ethereum e Solana — redes também baseadas em contratos inteligentes que oferecem transações céleres e econômicas —, o que suscita a seguinte questão: o que diferencia a Avalanche?
Para Leandro Davo, existem pelo menos três fatores primordiais que destacam a Avalanche, sendo o primeiro deles a originalidade do consenso da rede, concebido pelo docente da Cornell University, Emin Gün Sirer.
“Isso se manifesta de forma singular na Avalanche: o tempo para completar as transações mais veloz do setor blockchain. Quando se envia uma transação na Avalanche, ela é finalizada em menos de um segundo. Isso é particularmente relevante ao lidar com ativos de alta relevância e com entidades financeiras — o tipo de participante que está adentrando à blockchain agora.”
O segundo fator mencionado pelo executivo é a aptidão para criar redes personalizadas dentro da Avalanche. “Diferentemente de redes generalistas, a Avalanche possibilita que empresas e entidades criem suas próprias blockchains, com governança, tokens e parâmetros técnicos customizados”, esclareceu.
Um dos exemplos mais recentes desse uso foi a escolha da FIFA de construir sua própria blockchain sobre a estrutura da Avalanche — uma iniciativa que dá margem à emissão de ingressos em formato de NFT e outros usos que conectam o universo esportivo à blockchain.
O terceiro diferencial, de acordo com Davo, está nos efeitos de rede construídos ao longo dos anos, que resultaram em uma comunidade interligada que se auxilia mutuamente. “Grande parte de nosso trabalho em desenvolvimento de negócios é conectar os diferentes projetos em andamento e fomentar a colaboração entre eles.”
A Avalanche (AVAX) atualmente está na 17ª posição no ranking das maiores criptomoedas do ramo, com uma capitalização de mercado de aproximadamente US$ 9 bilhões.
Questionado se há a intenção de ultrapassar as blockchains concorrentes mais bem colocadas no ranking, Davo adota uma postura pragmática: “Não estamos buscando atrair usuários ou volume de outras redes. Nosso alvo é trazer novos casos que ainda não adentram à blockchain”, afirmou. “Desejamos tokenizar tudo que possui valia — e o Brasil tem todos os requisitos para se destacar nessa trajetória.”
E o valor do AVAX?
O valor também não parece ser o foco primordial dos desenvolvedores da Avalanche. O AVAX, criptoativo nativo da rede, está sendo comercializado nesta terça-feira (10) a US$ 22,27 – uma cotação 84% inferior à máxima histórica de US$ 144, atingida três anos atrás.
Mesmo com o AVAX operando muito abaixo do pico, Davo afirma que o foco da Avalanche não reside na valorização especulativa. “Nosso intento é criar um ecossistema funcional e proveitoso. A valorização é consequência da aceitação, não o contrário”, afirmou.
Segundo ele, os valores não necessariamente refletem as melhorias da rede — a exemplo do Ethereum, que igualmente ainda não ultrapassou seu recorde de 2021 —, mas ele confia no progresso do protocolo e, por conseguinte, nos valores.
Embora reconheça a forte competição no segmento DeFi, ele aposta que os jogos são uma das principais fortalezas da Avalanche, graças à escalabilidade da rede. “De maneira análoga, no âmbito institucional, existem entidades como BlackRock, Citibank, grandes bancos da Ásia, também realizando projetos na Avalanche. Acredito que isso evidencia que o trabalho realizado nos últimos anos está dando frutos”, concluiu.
Fonte: Portal do Bitcoin
📲 Receba nosso conteúdo Grátis!
Entre no canal e receba nossos conteúdos assim que forem publicados. Sem spam. Só conteúdo que importa para te manter informado.