Banco da Amazônia Propõe Soluções Financeiras para Transformar Floresta em Receita e Promover Desenvolvimento Sustentável

Redação Valor Central
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Com a proximidade da Conferência das Partes 30, que ocorrerá em Belém em 2025, o desafio de tornar a Amazônia a protagonista da nova economia sustentável volta a ser tema principal durante o Febraban Tech 2025. Para Luiz Lessa, líder do Banco da Amazônia, a solução passa essencialmente por estratégias financeiras que englobem conservação ambiental, geração de receita e melhoria das condições sociais da população regional.

“É fundamental trazer para a Conferência das Partes um debate maduro sobre os desafios enfrentados na Amazônia, que não se limitam apenas à questão da sustentabilidade. Mais de 27 milhões de indivíduos habitam a região amazônica, sendo que 70% residem em áreas urbanas. Temos dificuldades urbanas, como saneamento, transporte, transição energética, que demandam atenção, além das questões ambientais”, declarou durante painel no evento Febraban Tech, voltado para tecnologia no setor financeiro.

Lessa advogou pela criação de mecanismos financeiros que tornem a preservação da floresta economicamente viável para seus habitantes. “O custo de manutenção da floresta precisa deixar de ser um ônus para se tornar uma fonte de receita. A solução para isso consiste nos pagamentos por serviços ambientais (PSA)”, pontuou. Esse modelo, que recompensa comunidades e produtores pela conservação, deve ser acompanhado de suporte técnico e acesso a crédito. “Uma alternativa é estabelecer formas de financiar iniciativas de preservação. Além disso, oferecer suporte técnico para combinar o conhecimento ancestral dos moradores locais com inovações, a fim de potencializar soluções de maneira lucrativa.”

Outro aspecto crucial da pauta é converter a captura de CO2 em uma mercadoria global, com impactos positivos na renda regional. “É imprescindível transformar a captura de carbono em uma commodity de alcance global. As empresas e indústrias necessitam reduzir suas emissões, visto que não conseguirão neutralizá-las completamente, sendo assim terão de adquirir créditos de carbono. Dessa forma, tornamos a captura de carbono e a preservação florestal fontes de receita, por meio de um modelo que fomente empregos sustentáveis.”

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Também presente no Febraban Tech, o governador Helder Barbalho concordou com a relevância de tornar rentável a conservação ambiental como forma de desenvolvimento. “Precisamos de investimentos climáticos, para que possamos valorizar o estoque florestal do Brasil. Uma floresta viva deve ter mais valor do que uma floresta morta”, afirmou. Segundo ele, uma das abordagens para alcançar esse objetivo é através do mercado de carbono, “estimulando práticas agrícolas e pecuárias de baixas emissões.”

Para isso, é vital aprimorar as cadeias produtivas da região. “O grande desafio reside em mapear as cadeias de produção, algumas já estão bem estabelecidas, como dendê, proteína e açaí, porém outras carecem de desenvolvimento em termos tecnológicos e comerciais.”

Por trás disso, está a urgência de elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região, atualmente quatro pontos abaixo da média nacional. “O equilíbrio é a chave. Como podemos combinar saberes ancestrais e progresso para estabelecer diretrizes claras, de modo a evitar um ponto sem retorno e permitir o avanço do IDH médio na região”, explicou.

A crítica de Lessa às promessas vazias de encontros anteriores foi explícita: “Precisamos de medidas concretas, esse é o cerne da COP, não podemos sair de mais uma conferência com acordos apenas no papel. Não podemos ter uma visão romântica da Amazônia, é necessário buscar soluções práticas.”

No mesmo painel, Barbalho ressaltou o papel crucial da COP 30 como impulsionador de investimentos e visibilidade para a região. “A agenda da sustentabilidade vai muito além da questão ambiental. Ela envolve a vida em sociedade, impactando todos os setores econômicos”, afirmou. “Com a COP 30, podemos elevar nosso protagonismo, com os olhares do mundo inteiro sobre nós. É o maior encontro global de líderes em todo o calendário diplomático e político mundial.”

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Fonte: Bora investir

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