O líder do Banco Central (BC), Martin Galíleo, declarou que, diante do cenário presente, é aconselhável manter as taxas de juros “em nível restritivo por um período mais prolongado do que é habitual”. Galíleo participou de um evento organizado pelo Goldman Sachs nesta segunda-feira.
A ata da última reunião do Copom indicou que os “vetores inflacionários” continuam desfavoráveis, mencionando uma resistência na atividade, pressões no mercado de trabalho, expectativas de inflação desajustadas e projeções de inflação elevadas.
O colegiado enfatizou que esse cenário “requer uma política monetária em nível consideravelmente contracionista por um período prolongado”.
O Copom também destacou três pontos principais que deve continuar monitorando: o ritmo da atividade, o repasse do câmbio para a inflação e as expectativas de inflação.
No evento, Galíleo apontou que o país está caminhando para o quarto ano com taxa de crescimento acima de 3% com taxa de juros nominal em dois dígitos. O líder do BC señalou que uma diferença neste ano é que não estão sendo observadas várias revisões de crescimento para cima como nos anos anteriores.
De acordo com o líder do BC, o momento atual é mais sobre discutir como o Copom reagirá do que “o que faremos nós”.
Galíleo apontou que é comum ver debates sobre o período de manutenção da taxa de juros em nível restritivo. “Neste patamar em que nos encontramos, começa a ter uma relevância maior, conforme estão sendo colocadas nas análises, a duração do que você permanece do que efetivamente esta ajustagem em relação à convergência para a inflação, achamos que isso é normal.”.
Próximas etapas da Selic, de acordo com Galíleo
O líder do Banco Central afirmou que, dada a incerteza e volatilidade do cenário, a autoridade monetária quer manter a flexibilidade para poder responder adequadamente ao desenrolar dos acontecimentos.
Galíleo também indicou que é frequente em momentos “de transição”, em que há maior dependência de dados, observar sinais que “podem ser divergentes” pela forma como operam os mecanismos de política monetária. O líder do BC ilustrou que indicadores de confiança podem apontar para alguma desaceleração futura, e os dados de crédito podem mostrar certa moderação, “mas ao mesmo tempo veremos um mercado de trabalho ainda resiliente, e uma inflação de serviços ainda resiliente”, disse.
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 14,25% para 14,75% ao ano na última reunião. Para a próxima reunião, o colegiado indicou que o cenário de “elevada incerteza”, em conjunto com o avançado estágio no ciclo de ajuste dos juros com os impactos ainda a serem observados, demanda “cautela adicional” e “flexibilidade” para incorporar os dados que impactem a dinâmica da inflação.
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Fonte: Bora investir
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