Uma Terra, anteriormente chamada de Terra Mundial, foi parada por reguladores da Indonésia, que afirmam que a startup de blockchain pode ter cometido uma “infração séria” das regras do país.
Sob a liderança de Sam Altman, CEO da criadora do ChatGPT, OpenAI, a Terra oferece pequenos pagamentos em sua criptomoeda (WLD) em troca da leitura de dados biométricos dos usuários usando um de seus dispositivos chamados Orb.
Alexander Sabar, Diretor-Geral de Fiscalização do Ambiente Digital, declarou que a parada aconteceu devido a relatos de “atividade suspeita” relacionada ao projeto. Sabar descreveu a medida como “preventiva para impedir riscos potenciais à comunidade”.
O anúncio oficial alegou que a filial indonésia que opera a Terra no país — PT Terang Bulan Abadi — não estava devidamente registrada como Organizadora de Sistema Eletrônico (PSE), e, consequentemente, não tinha o Certificado de Registro de Organizador de Sistema Eletrônico (TDPSE) exigido pela legislação da Indonésia.
O comunicado também afirmou que a Terra utilizou um TDPSE em nome de outra entidade legal, PT Sandina Abadi Nusantara. Ambas as empresas foram convocadas pelo órgão regulador para esclarecer as supostas violações.
“O descumprimento das responsabilidades de registro e o uso da identidade de outra entidade legal para fornecer serviços digitais é uma violação grave”, comentou Sabar.
Ele acrescentou: “Instamos o público a auxiliar na manutenção de um ambiente digital seguro e confiável para todos os cidadãos.”
Expansão da Terra enfrenta desafios
Esta não é a inicial vez que reguladores impõem limitações às atividades da Terra.
No mês passado, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a formação de uma CPI para investigar a atuação da Tools for Humanity (TFH), empresa por trás do projeto. “Essa CPI tem relevância internacional, pois os dados de nosso povo foram enviados para o exterior”, declarou a vereadora Janaina Paschoal (PP), autora da solicitação.
A ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) já havia proibido a prática no país, mantendo a distribuição de tokens WLD ou qualquer forma de compensação suspensa. Apesar da suspensão, a companhia mantém unidades abertas para objetivos “educativos”.
Na semana anterior, em uma entrevista exclusiva ao Portal do Bitcoin, a diretora da Tools for Humanity, Astrid Vasconcellos, alegou que a Terra não adquire íris nem guarda dados e que a empresa busca alterar essa percepção das autoridades do Brasil.
Em dezembro do ano passado, reguladores alemães determinaram que a empresa implementasse um protocolo de exclusão de dados em conformidade com o GDPR (regulamento europeu de proteção de dados). Um mês depois, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) do Brasil proibiu a empresa de operar no país, alegando que os pagamentos oferecidos poderiam influenciar o comportamento dos consumidores de maneira injusta.
A startup também foi proibida por quase um ano no Quênia, onde políticos locais criticaram suas práticas comerciais e chegaram a chamar a empresa de “uma gangue de criminosos”, antes dela retomar suas operações em junho de 2024.
Entretanto, embora a Terra possa ter temporariamente perdido acesso ao mercado indonésio — com 280 milhões de habitantes —, sua potencial base de usuários está crescendo. A empresa lançou seu serviço em seis grandes cidades americanas no início desta semana: Atlanta, Austin, Los Angeles, Miami, Nashville e São Francisco. Até recentemente, os americanos não podiam receber os tokens WLD como forma de pagamento.
A companhia também introduziu várias integrações recentemente, incluindo com o Match Group (dono do Tinder), o mercado de previsões Kalshi, além de um cartão Visa e tarifas para aplicativos que utilizam os serviços de identificação digital World ID.
* Traduzido e editado com permissão do Decrypt.
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